1ª QUESTÃO
O conceito de gramática é variável. O teórico Sírio Possenti, no livro Por que (não) ensinar gramática na sala de aula (1996), explica três. O primeiro conceito explicado, o da gramática normativa, pressupõe que a gramática seja um conjunto de normas e regras que devem ser seguidas; caracteriza-se por ser prescritiva e parte da premissa de “como deve ser a língua”. O segundo conceito de gramática, gramática descritiva, enfoca a estrutura de leis que regem a realização do falante, ou seja, estuda como o falante realiza a língua
independente do “certo e do errado”. E o terceito conceito refere-se à gramática internalizada, isto é, aquela que o falante aprendeu e usa em suas realizações linguísticas. Assim sendo, leia os textos 1, 2 e 3, analise as alternativas que os seguem e assinale a alternativa falsa.
TEXTO 1
Fonte: Disponível em: http://www.todaletra.com.br/wp-content/uploads/2012/11/arte-erros.jpg Acesso em 6 jul. 2016.
TEXTO 2
Fonte: Disponível em: http://migre.me/vM0Xv. Acesso em 6 jul. 2016.
TEXTO 3
Fonte: Disponível em: http://veredasdalingua. Acesso em 6 jul. 2016.
ALTERNATIVAS
- O texto 1, do jeito que está construído, não exemplifica a gramática internalizada.
- A gramática internalizada do sujeito que escreveu o texto 2 mostra que ele é analfabeto.
- A realização linguística do texto 2 não seria errada, se analisada sob o enfoque da gramática descritiva.
- Sob o enfoque da gramática descritiva, os textos 2 e 3 trazem eventos linguísticos recorrentes a certas variantes da língua. Exemplos: nois, bicicreta, pobrema. Portanto, tais realizações não são consideradas erros.
- Segundo a teoria da gramática normativa, os textos 1 e 2 trazem usos linguísticos errados. O texto 3 também traz, contudo, por tratar-se de texto artístico, a linguagem que foge da norma padrão é justificada, por ser intencional e causar o riso pretendido pelo gênero “piada”.
2ª QUESTÃO
Toda língua encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, o que evidencia que não são sistemas estáticos nem fechados. Esse processo decorre do uso real que os falantes fazem de sua língua, interferindo, inclusive, na estruturação das regras gramaticais de tal língua. Além de a sociedade ser formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes graus de escolarização, ainda há outros fatores que impulsionam as variações na língua. Sendo assim, analise os textos 1 e 2, classificando-os segundo os fatores que causam ou retratam a variação linguística expressa neles.
TEXTO 1
A macaxeira, muito consumida no Norte e no Nordeste, é chamada de aipim ou mandioca no Sudeste. A fruta “mexerica”, em algumas regiões, é conhecida como “bergamota”, em outras, como “tangerina”.
TEXTO 2
As mulheres, normalmente, usam palavras no diminutivo, exageram nos adjetivos, são mais polidas ao falar e se valem muito da linguagem simbólica. Quanto ao homens, estes tendem a usar mais gírias e palavras de baixo calão e, normalmente, são mais objetivos, construindo textos mais informativos.
ALTERNATIVAS
- Fatores culturais e fatores regionais, respectivamente.
- Fatores culturais e fatores históricos, respectivamente.
- Fatores regionais e fatores naturais, respectivamente.
- Fatores contextuais e fatores históricos, respectivamente.
- Fatores regionais e fatores contextuais, respectivamente
3ª QUESTÃO
No que concerne à LÍNGUA e à GRAMÁTICA, podemos constatar que:
I. Entre as variedades da língua, existe uma que tem maior prestígio: a variedade padrão. Também conhecida como língua padrão e norma culta.
II. Na verdade, a gramática e a língua não possuem relação, uma jamais poderá auxiliar na compreensão da outra.
III. Existe apenas uma concepção de gramática, que abarca todas as necessidades comunicativas dos falantes da língua portuguesa, tendo por base o uso que fazem da língua no seu cotidiano.
IV. Pode-se entender a língua como um manual de normas e regras que a regulam, incluindo as regras já interiorizadas pelos falantes.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
- I e III, apenas.
- I e IV, apenas.
- II e III, apenas.
- II e IV, apenas.
- III e IV, apenas.
4ª QUESTÃO
Enquanto falantes nativos de português, não devemos pensar as manifestações reais de nossa língua materna pelas noções de certo e errado tradicionais, mas pelos conceitos de adequado e inadequado ao contexto, porque tais manifestações refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos, sob as mais diversas intenções. Por exemplo, não se espera que um jovem junto a seus colegas, em uma lanchonete, diga: “Vamos ao shopping assistir a um filme”, mas se espera: “Vamos no shopping assistir um filme”. Igualmente, não seria adequado a um professor universitário dizer a seus alunos: “Pessoal, eu tô orgulhoso do cêis”. Ciente disso, classifique, conforme a legenda, o nível de linguagem usado em cada um dos textos seguintes.
A – NÍVEL COLOQUIAL-POPULAR
B – NÍVEL FORMAL-CULTO
C – NÍVEL TÉCNICO OU PROFISSIONAL
D – NÍVEL ARTÍSTICO OU LITERÁRIO
TEXTO 1 – Resumo de artigo científico
DISLEXIA: O GRANDE DESAFIO EM SALA DE AULA
Giselia Souza dos Santos de Almeida
Resumo: O presente artigo abordará os diferentes tipos de dislexias, os sinais na infância e na iniciação escolar facilitando assim a sua identificação, citará algumas leis para melhor entendimento da classificação de necessidades educacionais especiais. Trará também dicas de como o educador deverá atuar em sala de aula e a importância de estratégias utilizando recursos para as aulas com crianças disléxicas.
Palavras chave: dislexia, aprendizagem, professor.
Fonte: Disponível em: https://faculdadedondomenico.edu.br/novo/revista_don/artigo5_ed2.pdf Acesso em 7 jul. 2016.
TEXTO 2
Fonte: Disponível em: http://bloggdoyo.blogspot.com.br/2015/03/os-jargoes.html Acesso em 6 jul.2016
TEXTO 3
Fonte: Disponível em: http://desconversa.com.br/portugues/resumo-variacao-linguistica/ Acesso em 1 jul.2016.
TEXTO 4 – HAICAI de Paulo Leminski
ameixas
ame-as
ou deixe-as
Conforme a legenda, a sequência correta é:
ALTERNATIVAS
- C, C, A, B.
- B, C, D, D.
- B, C, A, D.
- B, C, A, C.
- C, D, A, B.
5ª QUESTÃO
Segundo Possenti (2001), há um tipo de gramática que pressupõe um conjunto de normas e regras que devem ser seguidas; caracteriza-se por ser prescritiva e, portanto, parte da premissa de “como deve ser a língua”. Diante disso, observe atentamente os textos abaixo, identificando aquele(s) que representa(m) o tipo de gramática acima descrita.
I.
Fonte: http://diascomuns.blogspot.com.br/2013/02/preconceito-linguistico-o-que-e-como-se.html
II.
Fonte: http://diascomuns.blogspot.com.br/2013/02/preconceito-linguistico-o-que-e-como-se.html
III.
Fonte: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/09/eu_aqui/comunidades/placas/1358803-
internauta-encontra-aviso-com-erro-de-portugues-no-centro-de-macae.html
IV.
ALTERNATIVAS
- I e II, apenas.
- I e III, apenas.
- I e IV, apenas.
- II e III, apenas.
- III e IV, apenas.
6ª QUESTÃO
Em nossas aulas estudamos alguns aspectos do uso da linguagem nos gêneros digitais. Sobre esse assunto, examine as alternativas que seguem e assinale a falsa.
ALTERNATIVAS
- O ciberespaço é um ambiente informal. Desse modo, todos os gêneros textuais existentes na internet permitem o uso da linguagem híbrida digital, com abreviações, emoticons, onomatopeias, marcas fonéticas nas palavras escritas, tudo para aproximar o texto escrito da expressividade do diálogo falado. Não se tem um padrão.
- Na internet, o fórum é um gênero textual e possui regras a serem seguidas. Há fóruns mais formais e menos formais. Nos mais formais, espera-se linguagem objetiva, sem abreviações, respeitando-se o tema. Porém, os fóruns menos formais também propõem regras e espera-se que o participante as conheça para não “desvirtuar” o espaço de discussões oferecido, perturbando a socialização dos participantes. A linguagem nos gêneros digitais é híbrida, no sentido de se combinarem signos verbais, sons, imagens e formas em movimento. Mas os usos são restritos, uma linguagem menos ou mais formal, mesmo em gêneros digitais, dependerá da situação comunicativa em que se insere a mensagem, do gênero em questão, dos interlocutores etc. Em fóruns referentes a disciplinas de cursos superiores do EAD, por exemplo, espera-se uma linguagem mais formal. Em mensagens de texto via smartphones a um colega, a liberdade é bem maior.
- Ernani Terra, no seu livro Linguagem, língua e fala (1997, p. 80), afirma que: “O conhecimento de uma língua é algo muito maior do que ter noção das normas gramaticais impostas pela comunidade: é ser capaz de acionar um saber inato, que é a capacidade humana da linguagem; é ser capaz de compreender de modo satisfatório aquilo que ouvimos ou lemos, de reconhecer as variantes linguísticas, identificando o papel social desempenhado pelas pessoas que interagem num processo comunicativo; é saber comunicar-se com interlocutores variados, em situações variadas, sobre assuntos variados”. Podemos usar essas palavras de Ernani Terra, para justificar a adequação do uso linguístico na seguinte mensagem, de filha para mãe, via smartphone: “Mae, num precisa mi busca, pq a mae da Ju vem pegar ela e me convidou para almoçar :). Bj.”
- Conforme entrevista, em junho de 2011, o gramático Evanildo Bechara defendeu que o aluno deve ser um poliglota em sua própria língua. Para ilustrar seu posicionamento, Bechara disse que “Ninguém vai à praia de fraque ou de chinelo ao Municipal”. Com essa comparação, o gramático quis dizer que o aluno precisa saber se comunicar, em sua língua materna, tanto em situações informais quanto formais, considerando contexto, interlocutores envolvidos e objetivos de comunicação. Assim, no ambiente profissional, ao enviar um e-mail a um superior, o emissor deve usar linguagem formal. Se escrever um e-mail para um amigo, pode usar abreviações, emoticons, gírias. Fonte da entrevista: BECKER, Clara. Senhor normal culta. Revista Piauí. jun.2011. Disponível em: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-57/questoes-vernaculas/senhor-norma-culta Acesso em 19 out. 2015.
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